domingo, 12 de agosto de 2012

CITIUS, ALTIUS, FORTIUS


Acabou a Olimpíada de Londres 2012 com uma festa bem bonita, menos a parte que mostrava o Brasil, na minha opinião, mas esse não é o tema desse meu texto. Meu tema é o ESPORTE e a participação brasileira na competição.

Esporte é algo que me interessa e assunto desse blog, por isso comento.

Essa foi a 21a participação do Brasil em Olimpíadas e nosso  6o “melhor resultado”, tendo ficado na 22a posição geral (já chegamos a ser 15o em Antuérpia, 1920). Melhoramos em relação a Pequim, isso é verdade (fomos 23o naquela época), mas não vejo isso como uma forte evolução considerando que vamos organizar a próxima olimpíada “em casa” e normalmente, historicamente, vejo que os países-sede se preparam desde os jogos anteriores com “promessas” mas bem preparadas.

Em termos de quantidade de medalhas, ficamos com 17, 2 a mais que Pequim e Atlanta, mas deixamos de melhorar nossa situação (de colocação geral) com alguns “ouros” perdidos. Também deixamos de melhorar nossa quantidade de medalhas com algumas performances abaixo do histórico de certos atletas.

Recentemente comentei no Facebook de um amigo que considero os Jogos Olímpicos como o maior evento esportivo do mundo, para o qual, os melhores atletas do mundo se preparam e por isso não deve haver aquela mentalidade de “já ganhou”. Me irritei com alguns repórteres da TV Record que “cobravam” atletas por não terem conseguido a medalha e, em alguns casos, os cobravam por não terem obtido o “ouro”. Isso é absurdo.

Todo mundo que está ali tem chance de ganhar. Temos que pensar que se classificar para uma Olimpíada é um feito grandioso para qualquer atleta. Chegar a final então nem se fala. Daí pra frente, já passou do sucesso: pódium, medalha, ouro; tudo o “supra-sumo” do sucesso. Claro que tudo isso tem um significado, e deve ser cobrado de maneira, diferente para os atletas profissionais.

Mas tem coisa que eu não admito nesse universo esportivo e uma delas é “máscara”. Uma coisa é o atleta ser confiante e estar tão bem preparado para falar com naturalidade sobre a competição, outra, bem diferente, é “cantar vitória antes da hora”; a chamada “máscara”.  Se o sujeito é tão “mascarado” assim, passa a ter obrigação de ganhar. Recomendo ler matéria da Revista Veja dessa semana (15/agosto) onde esse assunto é abordado de uma maneira bem franca.

O que não pode acontecer numa olimpíada é o atleta “refugar” ou ter um desempenho pior que nos treinos. O treinamento deve ser planejado para que o atleta atinja seu máximo potencial na competição e por isso, se ele perde para alguém melhor que ele, faz parte do jogo. Mas, perder para ele mesmo ou para fatores psicológicos dele mesmo, isso não pode acontecer. Durante essa Olimpíada vimos vários casos desses. Algumas das nossas maiores estrelas não desempenharem o melhor de si por fatores puramente psicológicos. Cair, queimar salto, não saltar, não fechar “jogo ganho”, não jogar, alegar cansaço por ter disputado outra prova na véspera, etc. Foram vários exemplos de situações que devem ser melhor preparadas para que não façamos feio em 2016. Acho que na Olimpíada do Rio, temos sim obrigação de fazer bonito e “fazer bonito”, não é ganhar tudo, mas sim, “nos superarmos”. Darmos o melhor e termos as melhores marcas de nossa história. O salto mais longo que já fizemos, o mais alto, a corrida mais rápida, a prova de natação no tempo mais baixo, etc. Temos que ganhar de nós mesmos, de nosso melhor histórico e isso será “nossa grande vitória”. Se fizermos isso e acabarmos com zero medalhas, é porque os outros foram melhores, mas nós fizemos a nossa parte.

Só não podemos ficar em cima da “máscara” e nos dar mal.

Ao trabalho Brasil, vamos começar a treinar.



P.S.: o título desse post, citius, altius, fortius é a expressão em latim do lema olímpico "mais rápido, mais alto, mais forte".



Fontes: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnvTmIT4bc389mwxxFfkJBya8yEcSkYXJnmC-f8FszISfj3ZDk3Zz25DvIhkUF6Xnx65gspWjXVjLYYcoF_1MdHJC133k-stAtfF18ChytilylZiL6wNOV4uGYSyN8TPV7zcf99gYMl9Y/s1600/olimpiadas_atenas_abertura.jpg, Comitê Olímpico Brasileiro


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